
Agio Pereira falava à agência Lusa depois de um grupo numeroso ter atacado a esquadra da polícia do subdistrito de Baguia, a 40 quilómetros sudeste de Baucau, a segunda cidade timorense, com granadas artesanais e tiros, ferindo três agentes policiais.
O ataque ocorreu quando o presidente do Parlamento Nacional estava no local, numa casa próxima, e os feridos são dois agentes do seu corpo de segurança pessoal e um agente da esquadra de Baguia - o mais grave e que foi retirado para Díli em helicóptero.
Vicente da Silva Guterres disse à agência Lusa que o "ataque coordenado" levado a cabo na localidade de Baguia, próximo da cidade de Baucau, não o visava diretamente, apesar de ter ferido três dos seus seguranças.
"Foi um ataque coordenado. Entre a casa onde eu estava e o quartel da polícia. Houve tiros durante várias horas e foram lançadas granadas artesanais contra o quartel", disse.
Segundo contou à Lusa, cerca das 02:00 locais (17:00 de sábado em Lisboa) um grupo "com muita gente" atacou a zona da esquadra da polícia e os arredores da casa onde se encontrava para um funeral de um familiar.
"Eu estou bem e a minha família também. Espero que não tenha sido um ataque a mim", disse à Lusa.
"Penso que é algo que vem na sequência dos problemas que se têm arrastado aqui nesta zona. Espero que o Estado tome medidas para resolver a situação", afirmou.
Uma fonte da Polícia Nacional confirmou à agência Lusa que, além do ataque à esquadra, foram ainda queimadas, pelo menos, três casas, insistindo que as informações confirmam que se tratou de uma ação do grupo do ex-comandante da resistência timorense, Paulino Gama ou Mauk Moruk.
"Posso dizer que foram elementos desse grupo do Mauk Moruk. Queimaram ainda a casa de um liurai (chefe tradicional), destruíram a de um agente da Polícia Nacional e danificaram veículos", explicou.
Questionado sobre os autores do ataque, Agio Pereira disse que esse aspeto "ainda está a ser investigado a fundo", confirmando que tudo indica que o facto de Vicente da Silva Guterres estar na zona foi "coincidência".
"Os agentes da sua escolta pessoal ficaram feridos porque estavam a dormir na esquadra. O alvo principal parece ter sido a esquadra", afirmou.
Longuinhos Monteiro, ministro do Interior, confirmou à Lusa que está a decorrer uma reunião do comando das forças de segurança, em Díli, para "analisar a situação".
@Lusa
Artigo relacionado:
Três capturados em operações policiais na região de Baguia em Timor-Leste
Comentários
Critério de publicação de comentários