Os timorenses elegem na segunda-feira o quarto presidente desde a restauração da independência de Timor-Leste, em 2002, escolhendo entre oito candidatos, entre os quais uma mulher.
As urnas estão abertas entre as 07:00 e as 15:00 locais podendo votar depois do encerramento das urnas apenas os eleitores que já estejam na fila.
O candidato vencedor terá que obter mais de 50% dos votos válidos sendo que, caso isso não aconteça, se realiza uma segunda volta a 20 de abril, com o vencedor do sufrágio a tomar posse a 20 de maio, no 15.º aniversário da restauração da independência do país.
Este é o quarto chefe de Estado depois de Xanana Gusmão (2002-2007), José Ramos-Horta (2007-2012) e Taur Matan Ruak (2012-2017).
Os eleitores timorenses estão em período de reflexão desde a meia-noite de sexta-feira (hora local) quando terminou a campanha e puderam aproveitar o fim de semana para se deslocar para a região onde estão recenseados.
O Governo timorense concedeu tolerância de ponto a todos os funcionários públicos no dia das eleições presidenciais e na terça-feira para que todos possam votar nas suas zonas e depois regressar ao local onde vivem.
A decisão, que deverá ser acompanhada por outras instituições em Timor-Leste, baseia-se na legislação que prevê que a tolerância de ponto pode ser concedida "por motivo de acontecimento nacional, neste caso particular, uma data eleitoral".
Em Timor-Leste, onde podem votar todos os cidadãos com mais de 17 anos, estão registados 743.150 eleitores residentes nos 13 municípios do país, a que se somam os registados nos únicos três centros de votação no estrangeiro: 886 na Austrália (228 em Darwin e 658 em Sydney) e 512 em Lisboa, segundo dados fornecidos à Lusa pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) e da Embaixada de Timor-Leste em Portugal.
Os atos eleitorais deste ano serão os primeiros com votação de timorenses na diáspora, nomeadamente em Portugal e na Austrália, numa iniciativa que o Governo quer alargar no futuro.
As eleições presidenciais deverão ter 944 mesas de voto em 696 centros de votação, o que obrigará à contração de mais de 10 mil funcionários para acompanhamento eleitoral.
Haverá ainda "votação ambulante" nos seis hospitais do país - o nacional Guido Valadares em Díli e os de referências em Ainaro, Baucau, Bobonaro, Covalima e Oecusse - e nos estabelecimentos prisionais de Gleno e Becora.
Para o ato eleitoral são contratados 693 'brigadistas' - um responsável por cada um dos centros de votação - e 9.410 oficiais eleitorais, dez por cada uma das mesas de voto.
Os processos eleitorais deste ano têm um orçamento de cerca de 10 milhões de dólares para o STAE, a que se somam 1,5 milhões para as Forças de Defesa (F-FDTL) e 2,5 milhões para a polícia (PNTL).
A contagem dos votos, que começa a ser feita assim que encerrarem as urnas, é realizada em cada centro de votação e posteriormente comunicados ao STAE que dos mesmos dá conhecimento à CNE.
O nível seguinte de contagem é a "assembleia de apuramento municipal" que segundo o regulamento começa a funcionar assim que receber "pelo menos cinco atas dos correspondentes centros de votação".
Dados progressivos vão sendo divulgados em tempo real na sede da CNE em Díli onde estará a funcionar um centro de imprensa para apoiar os jornalistas que acompanham a votação.
O resultado final poderá demorar até 72 horas depois do fecho das urnas.
com Lusa
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